encho o peito de ar e de mim, nesses segundos uma sensação de enorme que o respirar nos dá, invade.
é a vida e o que nela segue, deslisa pelos alvéolos, pelas linhas da pele, por cada poro. respirar demanda tempo e força de músculos torácicos, carece de uma sincronia hemodinâmica e de uma necessidade química inexplicável!
é a vida nos contornos de nossas extremidades, mãos, pés, cabeça e o pensamento na frente do mundo!
é a vida que inunda nossos corpos de líquidos e mucos e neles o segregar e o prazer.
encho o peito de ar e de mim.
aguardo meu tempo, meu salto para fora do abismo e respiro fundo.
em mim o medo de não ter como flutuar após o mergulho me toma num desespero.
mas quero ver o coral, quero o sal, a água morna em meu corpo, não posso fugir de tudo, não vou fugir de nada.
fecho os olhos, vou mergulhar e então encho o peito de ar e de mim!