calma
não quero mais nada tanto
nem ninguém imenso
tão pouco qualquer intensidade que me atinja em cheio
mesmo que me emocione até o fundo do peito
por enquanto não tenho forças
nem vontade para mergulhos ou beijos na boca
calma
se você segurar minha mão
vai sentir todos os meus medos
aí talvez você me conte teu segredo
e eu entenda a tua falta
a tua ausência e descanse meu coração dessa tristeza que não passa
calma
não há linha na vida, não tem retas, ângulos
e nenhuma coerência cartesiana onde se possa apoiar eixos
mas vivemos em hipérboles dramáticas!
e se você me olhar bem perto
vai ver que ainda não há limites em mim
e que o tanto, o imenso e o intenso sou eu...
2017
foto: tela Ainta Malfatti - o farol -1915.1916