chorei mais de um rio
a caminho do mar
um choro doído
de desamor
de 'eu não sou mais aquela ali
e não sei para onde ir'
essa coisa de de repente entender
liberdade como um verbo
quando o corpo não produz movimento
mas ainda pulsa
é como expurgar um pus, uma inflamação
é como limpar a ferida ainda aberta, exposta
dessa coisa que seria o amor
mas que não foi
foi desatino e solidão
um monte de lágrimas perdidas
uma salmoura de lamentos
o que acontece quando a febre do abandono baixa?
eu lembro do teu olhar enfermo, insano
você no teu inferno sem fim e sem mim
dias e dias vividos num labirinto
de mentiras e perversidades
de onde não há saída sem lanhos
sem traumas
mas eu escapei!
a trama que você teceu
não deu conta de mim
e mesmo em asfixia
sem conseguir tomar ar
respirar
eu não morri
mesmo quando você me matou...
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